Não vamos conseguir resultados duradouros se não existir a união de esforços –pessoas agindo por vontade própria, não por obrigação – onde, identidades, responsabilidades e visão de objetivos são construídos de maneira coletiva.
É inútil continuar acreditando que privilegiando a luxúria, a vaidade e a malícia vamos abrir a mente às possibilidades; acordar pensando o que eu posso fazer de melhor. Não é um julgamento severo, mas estamos mergulhados no abismo das vaidades, nos destruindo só para demonstrar quem pode mais tempo que deixamos de inspirar, de construir o mundo que tanto queremos.
Nossas cores são aquelas que pintamos. Não imagine que trocando cores; acrescentado luzes; com treinamentos mágicos, ou com um novo figurino – um cenário para manipular a realidade – vão corromper o organismo vivo. Os seguidores espontâneos sabem a importância de seu papel; dos valores comuns; da cortesia que se oferece aos iguais.
Para reencontrar valores; voltar a produzir “sementes”, o ambiente não pode continuar
sufocado por deuses que agem como a erva-de-passarinho – Não deve ser um espaço enfumaçado pelo vício por estímulos visuais, onde basta um cargo para tornarmo-nos orgulhosos, seres superiores – Neste tempo, lutando em vão, a razão perde a sabedoria e o encanto, porque o “jardim” deixou de existir.
Voluntários não dormem. Não fazem festa, bem como não são equilibristas, porque a opção de servir não permite clichê mas sim, mais reflexão, visto que todos os dias precisamos criar novas histórias. O brilho do pintor esta no reconhecimento e
respeito, fatores que geram a motivação permanente, desenvolvendo a percepção, lealdade e confiança entre os envolvidos.
Ativos, todos vão continuar avançando porque compreendem a importância dos seus papéis; vão servir o outro para torná-los o melhor que podem ser. Este entendimento – sem data para acabar – é o único meio para acolher o coração, a mente e o espírito de pessoas que possuem algo mais do que simples tintura de conhecimento; que estão conscientes da responsabilidade social.
Como pessoas, não podemos continuar aceitando fatos ruins como coisa natural – Nosso
dever é procurar resolver com excelência, cada um dentro de suas possibilidades, os problemas de uma parcela da comunidade que precisa tanto e muitas vezes não sabe disso. Vamos então abrir nossas “portas” e ajudar a mudar as coisas que precisam ser mudadas; vamos ignorar propostas mirabolantes porque elas afastam o estímulo, e passar a atuar com projetos realizáveis, não impossíveis; vamos deixar de “procurar água no deserto” e tornarmo-nos uma “alma civilizada” neste teatro de invenções que procura esconder a realidade.
Ademir Eugenio Novello
GD-1998/99 e 2000/01