D. Maria Isabel de Bragança, Rainha de Espanha.

137 - Digt. Transp. (CAzev.) Cat.Esp.140_A

A longa viagem que a infanta Isabel de Bragança (1797-1818) empreendeu do Rio de Janeiro até Cádis, em 1816, tinha por finalidade levá-la ao encontro do seu marido, o rei Fernando VII, com quem casara por procuração e que desposará em Madrid, «em pessoa», a 29 de setembro desse ano. A princesa lusa, de seu nome completo Maria Isabel Francisca de Assis Antónia Carlota Joana Josefa Xavier de Paula Micaela Rafaela Isabel Gonzaga de Bragança e Bourbon, não tinha quaisquer dotes de beleza, o que acontecia também com o seu marido, a quem, em longas cartas escritas antes de casar, referia o amor que já sentia por ele.

A chamada Guerra da Independência, no rescaldo da ocupação de Espanha pelos franceses, terminara dois anos antes, deixando o país devastado e empobrecido. Não nos admira pois que, ao cancelar festividades pelo seu casamento, Isabel tenha provocado o início da consideração do povo espanhol pela sua rainha.

O reinado de Fernando VII foi um dos mais negativos de Espanha, com pesadas consequências políticas e mantendo o país num ambiente social de repressão. Isabel, segunda mulher do rei, foi uma luz de curta duração, nestes tempos sombrios, morrendo de parto em 1818.

Nenhum documento escrito afirma que Isabel foi a fundadora do Museu do Prado. Contudo, não se deverá duvidar que, no retrato que dela fez o pintor Bernardo López, a rainha, de pé, aponta com uma mão para a fachada do edifício onde ficará instalado o Museu do Prado, pousando a outra sobre plantas do mesmo.

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