Alcázar de Segóvia – Espanha

Afonso X, o Sábio (1221-1284), compilador. Cantigas de Santa María. Espanha, século XIII. Manuscrito sobre pergaminho. 49 x 32,6 cm. Patrimonio Nacional, Real Biblioteca del Monasterio de San Lorenzo de El Escorial, Madrid. Inv. T-I-1

Afonso X, o Sábio, rei de Castela e de Leão, avô de D. Dinis, foi o compilador de um extraordinário conjunto de algumas centenas de louvores à Virgem Maria, tornada figura central da iconografia cristã por via das ordens religiosas dos franciscanos e dos dominicanos que, fundadas no início do século XIII, se instalam nos centros urbanos e têm presença constante junto da população. A Virgem Maria afirma-se não como enquadramento ou trono onde se senta Jesus Menino, mas como uma mãe de rosto humanizado que sorri para o seu filho ou que conserva um semblante melancólico, sabedora do seu destino. Começadas a reunir na década de 1260, as Cantigas conservam-se hoje em quatro tomos, o primeiro com cem poemas, o último com quatro centenas, dois dos quais pertencendo à Biblioteca do Mosteiro do Escorial.  O chamado «códice rico», com duzentas cantigas, cada uma acompanhada de iluminuras em vinhetas de número variável, entre quatro a doze, com preciosas informações sobre a vida quotidiana, arquitetura, espaços interiores, atividades da classe dominante – educação e lazeres de caça – ou sobre músicas, com os tocadores de diversos instrumentos. Era seguramente exemplar pertença do rei. Então musicadas, as Cantigas de Santa María são uma das obras maiores da Alta Idade Média europeia, Tesouro Nacional de Espanha, já considerada como objeto precioso no tempo dos últimos reis da dinastia de Trastâmara de Castela, no século XV, quando foi guardada no Tesouro do Alcázar de Segóvia. No reinado de Filipe II de Espanha, foi transferida do arquivo de Simancas, para onde transitara por ordem de Carlos I (Imperador Carlos V da Alemanha), para a Biblioteca do Escorial.

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