Cuba é um imenso museu de antiguidades.
Costumamos viajar a cidades históricas para visualizar como eram as coisas no passado e aprender um pouco mais de história. Em Havana tem-se a sensação de que voltamos, literalmente, no tempo. A primeira impressão de quem chega na capital de Cuba é a de estar em um lugar que foi “congelado” no tempo e se mantém igual ao que era nos anos 50. Prédios, carros e máquinas antigas por todos os lados fazem da cidade um museu de antiguidades. Não se pode associar tudo que já se aprendeu sobre o comunismo com aquilo que se vê em Havana, porque será difícil tirar alguma conclusão. O regime cubano não está nem um pouco próximo da ideia utópica de todos vivendo de maneira igual, com as mesmas condições e salários. Muitos cubanos vivem apertados em cortiços mal conservados. Mesmo com toda a pobreza, não se vê ninguém passando fome ou vestindo farrapos, e isso pode ser observado durante um rápido passeio pelo Centro Havana. Vimos pessoas que já foram ilustres, grandes artistas da época antes de Fidel, com quem conversamos e fizemos algumas refeições, vestidos como antigamente, não sei como conservam os trajes assim até agora. Diziam-se tristes com a situação do país e pediam desculpas por estarem vestidos assim. Cantores antigos pediam esmolas na escadaria. A Universidade que visitamos tinha cheiro de urina na entrada. Quando a revolução tomou conta do país em 1.959, os que eram mais ricos na época permaneceram com suas moradias e muitos deles as transformaram em hospedarias, conhecidas em Cuba como “casas particulares” — é uma opção de hospedagem para turistas que não querem luxo ou que viajam de mochila nas costas. Sob o clima quente e fresco caribenho, que se estende pelo ano inteiro, aproveitamos para visitar os museus da cidade, que apesar de possuírem infraestrutura mediana e, muitas vezes, uma visão pra lá de nacionalista, são uma ótima oportunidade de desvendar alguns pontos da história da ilha. Depois, percorremos a Plaza de Armas, onde, além de poder folhear e comprar livros usados, uma conversa com o vendedor pode render muitas informações sobre a cultura local e a situação política atual de Cuba. Para entender melhor como funciona o sistema comunista da ilha, também vale perguntar aos próprios cubanos: eles vão adorar explicar. Os taxistas odeiam o regime e nos levaram, a nosso pedido, a lugares desconhecidos dos turistas, para vermos como é a realidade por lá, sempre ganhando um extra para levar-nos e contar tudo sobre os locais. É comum aparecer alguém simpático para puxar assunto no meio da rua, como quem não quer nada. O objetivo da abordagem é pedir comida, objetos, ou qualquer coisa que o turista estiver disposto a dar. Notamos que essas pessoas ficam à espreita, esperando encontrar o turista ideal para pedir algum dinheiro. Devemos nos precaver e não nos deixarmos enganar pelos cubanos que inventam os valores dos serviços de acordo com o que acham que somos capazes de pagar. Temos que negociar tudo. Os cubanos não perdem a oportunidade de abordar turistas desavisadas e até mesmo as avisadas! Ficamos só uma semana na cidade, e incluimos na visita a Plaza de la Revolución, onde é impossível não sentir a forte energia da revolução comunista na ilha. A praça abriga uma torre em seu centro de onde se tem a melhor visão do prédio do Ministerio del Interior, com um gigante desenho do líder argentino Che Guevara e a frase “Hasta la Victoria Siempre”. Tivemos tempo de sobra para nos perdermos nas ruas de Havana Velha, tomar um sorvete sentado no banco da praça e caminhar pelo Malecón durante o pôr-do-sol. A principal atração de Havana é a própria cidade. Esqueça o tempo, converse com os cubanos, aprenda, discuta política comunista, deixe de lado os preconceitos e simplesmente viva tudo isso, resultará numa memória de experiências únicas.
Museo de la Revolución y Memorial Granma, devem ser visitados e a Catedral tbm.
Diversos objetos históricos, réplicas, documentos e fotografias são utilizados para contar a história da revolução cubana. Tudo está exposto neste local, que já foi o Palácio Presidencial, onde houve, em 1.957, a tentativa dos revolucionários, sem sucesso, de assassinar o então presidente Fulgencio Baptista. Na parte externa do prédio estão à mostra aviões e tanques de guerra, assim como o Granma, o barco de 59 pés que levou Fidel Castro, Che Guevara e outros 80 combatentes do México para Cuba em 1.956.
Calle Refugio, 1, Havana Velha, tel. 53 (7) 862-4093. Diariamente, das 10h às 17h. Entrada paga.
Catedral de San Cristóbal de la Habana
Um dos pontos turísticos mais visitados de Havana Velha, a construção da Igreja de fachada barroca foi iniciada pelos jesuítas em 1.748 e ficou pronta em 1.787. Um ano depois, ganhou um assento reservado ao bispo, transformando-se em catedral, uma das mais antigas das Américas. É necessário chegar de manhã para pegá-la aberta. Há missas aos domingos, às 10h30.
Calle Empedrado, 156 (na Plaza de la Catedral), Havana Velha, tel. 53 (7) 861-7771. Diariamente, das 10h às 17h. Entrada paga.
… MT BOM SABER MAIS
Eu adoro compartilhar tudo que consigo ver e aprender. Obrigada, Bjus
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